Bem,
um dia cruzando na estrada entre Guarapari e Vila Velha com um antigo colega
meu, trazia ele uma asa delta em cima do carro. Como eu tinha um rádio cidadão,
fiz pela janela do carro o sinal para ele ir para o canal 01 e aí começou a
minha vida de voador de asa delta. Era o meu amigo do aeroclub e que tinha ido
ao Rio tomar umas lições de vôo livre, estava voltando para Vitória e iria dar
aulas de vôo, seu nome Fragoso.
Tive
posteriormente umas duas aulas somente e daí pra frente fui sozinho tentando
aprender a voar vendo os outros. Comprei minha primeira asa (diga-se de passagem
um "azão" 200 pés . . .mas também eu naquela época com 45
anos pesava nada mais nada menos que 101 quilinhos ! ! !) do Miguel D´Orea (acho
que o pai dele deve ter ficado contente do filho ter vendido a asa para mim. . .
o pai do Miguel é o nosso jornalista Helio Dorea).
Bem,
sei que em dois meses emagreci 18 quilos nos treinos e voei após alguns meses de
treino e sem instrutor (que não aconselho), mas voei.
O
primeiro vôo no Morro do Moreno foi muito emocionante. Pousei na nossa linda
Praia da Costa, pouso tranquilo, fui para o antigo calçadão desmontar a asa e
aquele mundo de gente fazendo um monte de perguntas que respondia sempre a
todos.
Os
pioneiros da Asa Delta no Espírito Santo que eu saiba foram: Luiz Fragoso
(instrutor), Morris (da CVRD), Gueven (da Brasperola), Guigui, Toniato,
"Magrelo" João Maciel e por ai vai uma lista de uns 40 voadores mais ou
menos.
Dos
pioneiros sei de um fato que é bom lembrar segundo me contaram. . . Dois
colegas, logo no início do vôo livre no estado, pousaram aqui no interior onde
tinha acabado de ser realizado um culto religioso, quando viram os nosso dois
colegas pousando, FORAM LÁ REZAR, POIS ELES TINHAM VINDO DOS CÉUS ! ! ! ! Pode ?
Pode sim, pois em outros estados aconteceram coisas piores como cairem de foice
em cima da asa dizendo que o voador ia soltar bombas atômicas em cima das
fazendas deles, já em outro caso, um cidadão bêbado passou perto da asa de um
outro colega, o Saimoton e tocou fogo na asa dele, etc etc.
São
centenas de fatos interessantes, mas o vôo no Morro do Moreno que mais gosto de
fazer é À NOITE, muito mais seguro (não há urubú voando), gostoso pela brisa, no
pouso a praia deserta, etc, etc. E o mais emocionante é passar por cima da
Terceira Ponte, olhar para baixo, ver os carros transitando e você pensa ..."
bem, hoje não vou pagar o danado do pedágio ! ! ! e pousar lá próximo da Ilha do
Frade.
Finalizando,
seria bom que alguém passasse uma máquina novamente na estrada pois no momento
não está dando para subir. Eu como antigo frequentador da bela vista que todos
têm lá de cima do Morro do Moreno, me sinto amarrado aqui pois até com carro
tracionado nas 4 rodas está muito difícil.
Agradeço
ao meu grande amigo Gui, por ter deixado na época, um espaço para que nós
voadores pudéssemos montar nossas asas. Foi um grande passo para o vôo livre no
Morro do Moreno. Obrigado Gui.
Agradecemos
antecipadamente quem fizer esta obra.
E.T.
Aos 45 anos de idade, troquei meus teclados (era músico tecladista-organista)
por uma barra de trapézio (da Asa Delta). V A L E U ! ! !
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