No
passado, essa aldeia estava ligada à da Barra do Jucu pela orla marítima e
depois por uma trilha que varava pastos, mata de restinga, pequenas lagoas,
areias e trechos alagadiços onde vicejava rica variedade de árvores frutíferas
nativas como, cajueiros, jambeiros, goiabeiras, araçareizos, pés de araçaúna e
outras. Sabe-se que desde os primóridos da colonização conquistadores, nativos,
aventureiros e viajantes demandavam à região do Rio de Janeiro por essas vias
naturais. Foram esses priemiros transeuntes que se referiram ao lugar como sendo
a "ponta da fruta".
Nessa
época o povoado do extremo sul do município de Vila Velha não passava de uma
aldeia de pescadores onde a reduzida população, além de dedicar-se à pesca, base
da alimentação, dedicava-se também ao cultivo da terra plantando milho,
mandioca, banana, cana-de-açúcar, etc., trabalho exercido também por mulheres e
jovens. E assim viveu durante quase três séculos.
Também
sobre a Ponta da Fruta, assim referiu-se Oliveira:
A
estrada geral segue sempre pela borda do mar, e duas léguas distante fica a
Ponta da Fruta, pequena povoação também de pescadores, e pouco adiante o
Ribeiro-Doce, que divide pelo sul a Vila do Espírito Santo da de Guarapari. Tem
6 engenhos de açúcar, denominados Calheiras, Ilha do Óleo, Jeuna, Arassatibu,
dito, e Jacaroaba, 4 engenhocas, Ponta da Fruta, Jacarassú, Camboapina, e
Ribeiro-Doce. Em 1817 teve 33 batizados, 26 óbitos e 14 casamentos.
Em
1960, aproximadamente, o vilarejo já era circundado por algumas propriedade que
se dedicavam à pecuária, cujos serviços de estábulos e vaquejadas, eram
exercidos pelos filhos mais velhos dos nativos da região. A Ponta da fruta é
hoje um dos principais balneários do estado do Espírito Santo e revela excelente
potencial turístico a ser trabalhado.
Capela
No
início da década de 40, quando o Brasil entrou na Segunda Guerra Muncial fazendo
parte das tropas aliadas que lutavam contra a Alemanha e a Itália, o sentimento
de nacionalidade fez nascer no país uma agressividade contra cidadãos alemães e
italianos. Morava, então , no centro de Vila Velha, ao lado da igreja do
Rosário, Augusto Italiano, solteirão, católico e estimado prestador de serviços
à comunidade, especialmente aqueles que exigissem o uso do seu velho
caminhão.
Sabe-se
que ao tomar conhecimento dos clamores do quebra-quebra que atingiam imigrantes
alemães e italianos, correu para os amigos de sua confiança pedindo proteção.
Por se tratar de um estrangeiro bom, inofensivo, pobre e muito trabalhador, um
dos companheiros sugeriu que se abrigasse no distante arrabalde de Ponta da
Fruta. Foi o que fez Augusto levando consigo a sua mãe, já com câncer. Em seu
favor, Augusto fez promessa à Nossa Senhora de construir uma bonita capela onde
todos pudesse orar. Consta que, mesmo com o falecimento da genitora, o italiano
cumpriu a promessa.
Fonte: Vila Velha - Onde começou o Estado do Espírito Santo
Autor: Jair Santos
www.morrodomoreno.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário