Guaraná é um pequeno distrito do Município de
Aracruz, com 205 quilômetros quadrados. Fica a 90 quilômetros da capital do
Espírito Santo, Vitória, às margens da rodovia BR-101, uma das maiores do
país.
De povo educado e muito acolhedor, tem
aproximadamente 5.000 habitantes, predominando a raça branca (60%), negra (25%)
e mulata (15%). A maioria da população é descendente de italianos, se destacando
as famílias Frigini, Zamperlini, Rossoni, Pessotti, Dettogni, Bottoni,
Scarpatti, Mantovani, Belotti, Pandolfi, Fracalossi, entre outras. Também há
migrantes de outros estados, principalmente Bahia e Minas Gerais.
O clima característico de Guaraná é tropical,
quente e úmido. A chuva se distribui com regularidade, sendo forte tanto no
inverno como no verão. A temperatura média anual está em torno de 34 graus.
Guaraná também se destaca pela produção de arcos
de violino, exportados para Alemanha, Estados Unidos, França e Itália, além de
granito, pois possui três jazidas de ótima qualidade.
Também produz, compra e vende café, inclusive
exportando, através da Cooperativa Agrária Mista de Guaraná, única do gênero na
região entre os municípios de Vitória e São Mateus. Ela foi fundada em 15 de
junho de 1964, sob a presidência de João A. da Penha, para comercializar a
farinha que era produzida em grande quantidade, com todo o maquinário financiado
pelo Governo do Estado (o governador era Dr. Francisco Lacerda de Aguiar).
Como surgiu a vila
As primeiras famílias começaram a se estabelecer
por volta de 1898, quando quase toda a atual área do Distrito de Guaraná
pertencia ao governo. As pessoas chegavam, cultivavam, faziam requerimentos e
tornavam-se donos das terras.
A primeira família foi a de José Nunes, pai de
Laudelina Nunes, a nossa querida Dona Lôda. Ela nasceu em Guaraná, casou com
apenas 13 anos, com Joaquim Amorim, que tinha vindo para cá para trabalhar em
uma quitanda, mais tarde padaria. Eles criaram toda sua família por aqui e Dona
Lôda faleceu em 1993, com 94 anos.
Por volta de 1912 começaram a chegar outras
famílias, como a de Aurélio Alvarenga, que era casado com Adelaide Nunes
Alvarenga. Assim, começaram a aparecer as lavouras e a ocupação dos espaços,
através dos desmatamentos.
Em 1915, com a chegada dos italianos, o lugar
recebeu o nome de Ribeirão da Linha. “Ribeirão” devido ao rio que passa no local
e “da Linha” devido à linha telegráfica que também passava por lá.
Ganhou o nome de Guaraná mais tarde, em homenagem
ao engenheiro Aristides Armínio Guaraná, que por lá passou instalando a linha
telegráfica, comandando vários operários, que ficaram residindo na povoação por
uns dias.
Em 1931, Ribeirão da Linha foi elevado à
categoria de distrito, abrangendo o território até os limites com o Município de
Linhares, o que incluía, portanto, o atual Distrito de Jacupemba, desmembrado em
junho de 1982.
Até 1969, a rua principal de Guaraná, hoje
chamada Gabriel Pandolfi, era mais movimentada, pois havia dois restaurantes e
um posto de gasolina onde os ônibus da Viação Itapemirim paravam para abastecer
e os passageiros fazerem refeições. Este posto tinha apenas uma bomba, onde hoje
está a Praça São Cristóvão.
Em 1970, com a inauguração da BR-101, a rua ficou
mais calma. Restaurantes, posto, lanchonete e oficinas passaram a funcionar às
margens da BR, no bairro conhecido como “Posto”.
Fonte: Faça-se Aracruz! (Subsídios para
estudos sobre o município), 1997Organizador: Maurilen de
Paulo CruzCompilação: Walter de Aguiar Filho,
novembro/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário