sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lendas capixabas a Pedra do DIABO Inhanguetá

A região de Santo Antônio têm seu início datado em 1911, quando apresentava um aglomerado de casas pobres, cobertas de cumbica ou de palha e três cemitérios - Boa Morte, São Benedito e o Municipal. A paisagem era dominada pelos morros cobertos de árvores e a parte baixa de manguezal. A população vivia em função de Vitória, pois existia apenas um pequeno estabelecimento comercial na área. Para comprar leite, as famílias caminhavam até a fazenda Santa Maria, em "Inhanguetá". Existia, também, um cais de madeira onde desembarcavam as mercadorias provenientes de Iúna Grande, Rio de Santa Maria e Cariacica. 

Inhanghetá significa em, em tupi, “Pedra do Diabo”. A lenda diz que as terras que abrigavam esta pedra pertencera a um homem rico e avarento. Como uma terrível praga assolava a região, o Demônio se comprometeu a extingui-la, recebendo, em troca, o filho único do homem desalmado. No cumprimento do pacto, firmado através de um sonho, o fazendeiro levou o rapaz ao local da pedra, lá deixando-o, sob algum pretexto, na escuridão da meia-noite. Eis senão quando apareceu a visão terrífica de Satanás; porém o moço, que era devoto de Santo Antônio, com ele se apegou, e teve pernas para correr. A lenda explica que a cruz foi riscada, na pedra, como exorcismo, pelo taumaturgo, e que as marcas longitudinais foram deixadas pelos açoites da cauda em fogo do Diabo... 
O que se confirma é que há marcas na laje, que poderiam ser afiadores neolíticos; ranhuras em extensão longitudinal e, nitidamente gravadas, marcas como as deixadas por um pé comum e outro, fora de proporções. Essas depressões ou "couvetes" eram usadas para polir os lados dos utensílios. Junto às pegadas, alguém se deu ao trabalho de talhar uma cruz. E é em torno dessas marcas que se construiu a lenda. Segundo a crendice do povo, a marca maior seria a do pé de Lúcifer e a menor corresponderia à pegada de Santo Antônio. As ocupações são intensificadas nas décadas de 1980 – 1990, assim com ocorreram as ocupações ao longo da Rodovia Serafim Derenzi - bairros Nova Palestina, Resistência, Redenção, Aglomerado São Pedro, Grande Vitória, Estrelinha, Inhanguetá e Nossa Senhora Aparecida - que completam a conturbação na parte insular do município, o que vai conferir à mancha urbana um aspecto de anel em torno do Maciço Central. 
Durante todo este período não havia nenhuma preocupação com a preservação do manguezal por parte da sociedade ou do poder público. De 1899 a 1992, inicia-se a segunda fase do projeto em Grande São Pedro, com a elaboração de projeto de Delimitação do Manguezal e Urbanização. Neste, prioritariamente, seria delimitada a área de manguezal adjacente aos bairros a serem urbanizados: Nova Palestina, Resistência, Inhanguetá e Estrelinha. Na terceira etapa, período de 1993 a 1996, o projeto é ampliado, com um novo enfoque, trabalhando com integração de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população.

Fonte: Diagonal Urbana, Projeto Terra,SEDEC / DIT / GEO

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