segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lenda dos Escravos do Convento da Penha ES


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Vulto envolvido por mistérios, erguido em meio a realizações históricas, algumas lendas e, principalmente, crenças populares. Orgulho do capixaba e sinônimo de beleza e fé. O Convento da Penha - obra finalizada em 1660 - tem sua construção ligada diretamente a figura do Frei Pedro Palácios. A partir de 12 de abril, início do oitavário, até o dia 20, show de encerramento da festa com o Padre Zezinho, os católicos prometem demonstrar todo louvor à santa.

O Frei Pedro Palácios chegou ao Espírito Santo, vindo da Bahia, trazendo em 1558 a imagem de Nossa Senhora das Alegrias. Em busca de um santuário, abrigou-se inicialmente em uma gruta localizada à esquerda do que hoje é a estrada velha do Convento. Passado um tempo, fixou-se na região do atual campinho. Neste período, durante o século XVI, a então capitania estava sendo colonizada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho. 

Palácios, que teve uma vida reclusa, construiu, ali no campinho, a capelinha de São Francisco - que ainda existe, está restaurada e é mais antiga que o Convento. Mais tarde, ele tomou a iniciativa de erguer uma ermita no alto do morro, a penha, entre duas palmeiras. Esta pequena igreja ainda não pode ser considerada como o convento, mas é uma célula do que estava por vir.

Santa e senzala

Nossa Senhora das Alegrias ou dos Prazeres é, originariamente, a Nossa Senhora que Frei Pedro Palácios tinha devoção e que é, inclusive, a representação da imagem vinda no painel trazido por ele na chegada ao Espírito Santo.

De acordo com o historiador Luiz Guilherme Santos Neves, a denominação "penha" se impõe à denominação "Nossa Senhora das Alegrias" exatamente pela construção do convento no topo da penha, que significa pedra alta. "Era inevitável que o Convento de Nossa Senhora da Penha se sobressaísse em relação a qualquer outro nome", salienta.

Muitos católicos questionam se, no período colonial, existia uma senzala nas terras do Convento. Seguindo a história, isso não é lenda. Os historiadores garantem que os frades franciscanos tiveram escravos e que um certo número ajudava na manutenção e nos serviços prestados à comunidade de Vila Velha. 

"A senzala existiu e um dos historiadores que se ocuparam do Convento da Penha, um franciscano chamado Frei Basílio Rover, chegou a registrar em seu trabalho que era apreciável a quantidade de escravos que em determinado momento trabalhavam para os frades no Convento. Havia escravos encarregados das hortas, das construções. Tinha até músico e os que participavam dos atos religiosos", destaca Santos Neves.

Fonte: Gazetaoline.com.br

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