IBES é uma apreviação de "Instituto do Bem Estar Social" que foi uma instituição criada pelo governo do
estado do Espírito Santo com a finalidade de planejar e administrar
empreendimentos voltados para o desenvolvimento social.
Quando
o executivo inaugurou a rodovia Carlos Lindemberg, em 1951, ligando Vitória a
Vila Velha, planejou construir no município vizinho um conjunto de casas para
diminuir o déficit de moradias para funcionários inscritos nos programas sociais
dos seus respectivos órgãos. Dentre esses órgãos estavam o IAPC (Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Comerciários), o IAPI (Instituto de Aposentadoria dos
industriários), o IJM (Instituto Jerônimo Monteiro, dos funcionários do Estado
do Espírito Santo) e outros, num total de seis organizações.
A
Fundação da Casa Popular, criada no governo do general Eurico Gaspar Dutra e com
sede no Rio de Janeiro, foi convidada para planejar, construir e vender o que
viria ser o Núcleo Alda dos Santos Neves. O projeto coube ao arquiteto Renato
Sá, que optou pelo modelo S3QCB da Fundação, cujas unidades, em dois pisos, eram
compostas de sala, três quartos, cozinha e banheiro. A equipe de planejamento e
vendas encarregou-se do levantamento do terreno e do custo das unidades
habitacionais. Assim, foram construídas 244 unidades e fixado o valor de
cinqüenta e oito mil cruzeiros para cada uma.
No
plano geral, cada instituição ocuparia uma área trapezoidal, que em conjunto
formariam a figura de um grande hexágono, sendo o espaço interno reservado para
uma ampla praça central. O Instituto Jerônimo Monteiro ocuparia também as áreas
laterais da avenida principal que liga o Núcleo à rodovia Lindemberg.
Só
depois, durante o andamento da construção, constatou-se que o custo de cada
unidade não seria compatível com o nível salarial dos funcionários. Com a
revisão dos cálculos a Fundação da Casa Popular decidiu oferecê-las a outras
camadas da sociedade, que as adquiriu nas seguintes proporções:
a)
– Trabalhadores autônomos: 20%
b) – Órgãos e instituições públicas: 20%
c) – Funcionários e empregados em geral: 60%
b) – Órgãos e instituições públicas: 20%
c) – Funcionários e empregados em geral: 60%
O
projeto contou com o apoio do sucessor no Palácio Anchieta, o governador Lacerda
de Aguiar, e com as profícuas administrações dos presidentes Moacyr Lofêgo e
Guilherme Santos, advogados.
O
Núcleo foi projetado e construído suficientemente afastado da rodovia, que seria
a principal via de ligação entre o município e a capital. Além do benefício
social, o conjunto tornou-se obra modelar, porque foi concluída sem que qualquer
serviço ou apoio de infra-estrutura fosse debitado à Prefeitura Municipal. Foi
entregue tendo todas as ruas calçadas em paralelepípedos, com iluminação pública
completa, rede de distribuição de água em todas as casas e serviços, correta
drenagem pluvial, biblioteca central, prédio destinado a escola pública, centro
comercial e mercado, além de amplo espaço destinado ao jardim público. Aos
moradores não faltou a concessão de transporte coletivo por empresa particular,
que interligou o núcleo aos centros de Vila Velha e Vitória.
Todavia,
para o combalido erário da prefeitura de Vila Velha foi um empreendimento que
não trouxe benefícios, porque além de ocupar grande área pertencente ao
patrimônio público, ficou isento do imposto predial. Conforme decreto-lei
municipal, a Fundação da Casa Popular só poderia construir em áreas doadas,
ficando as casas isentas de impostos e taxas até que fossem totalmente pagas ou
transferidas definitivamente aos promitentes compradores.
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