Nos últimos anos, o Espírito
Santo foi destaque na produção de petróleo e gás natural no Brasil. Com as
descobertas realizadas, principalmente pela Petrobras, o Estado saiu da 5ª
posição no ranking brasileiro de reservas, em 2002, para se tornar, em 2006, a
segunda maior província petrolífera do País.
Hoje, o Estado é o segundo
maior produtor de petróleo do Brasil, com uma produção de 250 mil barris por
dia. Até o final de 2010, este número deve chegar a 300 mil barris diários. Os
campos petrolíferos se localizam tanto em terra quanto em mar, em águas rasas,
profundas e ultraprofundas, contendo óleo leve
Dentre os destaques da
produção está o campo de Golfinho, localizado no Norte do Espírito Santo, com
reserva de 450 milhões de barris de óleo leve, considerado o mais nobre. O
primeiro módulo de produção da área já está em operação, com o FPSO Capixaba, e
o segundo deve iniciar a operação até o final deste ano, com o FPSO Cidade de
Vitória.
A Petrobras está desenvolvendo a produção do Campo de Fazenda
Alegre, no Norte Capixaba, que atualmente é responsável por 60% da extração de
óleo em terra. Em novembro de 2005, a estatal declarou a comercialidade do Campo
de Inhambu, contendo óleo pesado, no município de Jaguaré. Outros investimentos
no setor acontecem na produção dos campos marítimos de Peroá e Cangóa e na
ampliação da rede de gasodutos, com o denominado Gasoduto Sudeste Nordeste
(Gasene), que liga a malha do Sudeste e do Nordeste do Brasil, passando pelo
Espírito Santo. O gasoduto de integração – constituído pelos trechos
Cabiúnas-Vitória, Vitória-Cacimbas e Cacimbas-Catu –, inaugurado em março de
2010, permite o escoamento de 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Pré-Sal
No contexto da cadeia produtiva de petróleo e gás no Espírito Santo, as
áreas de pré e pós-sal formam uma combinação com elevado potencial, com lâminas
d’água que variam de 1,3 mil a 2 mil metros de profundidade, onde grandes
reservatórios de óleo e gás são encontrados acima e abaixo de uma camada de sal
que, em média, tem 200 metros de espessura.
No dia 15 de julho de 2010,
a Petrobras anunciou oficialmente o início da produção comercial na camada do
pré-sal no Espírito Santo, no Campo de Cachalote, com o FPSO Capixaba (sigla em
inglês que significa plataforma que produz, processa, armazena e escoa
petróleo). Desde 2008, a estatal vinha produzindo em caráter experimental no
Campo de Jubarte, onde se encontra o segundo maior polo do pré-sal brasileiro em
reservas. A extração começou pelo Espírito Santo, pois as condições no mar
capixaba são mais favoráveis.
Localizado a 85 quilômetros da cidade de
Anchieta, no Sul do Estado, o Campo de Baleia Franca pertence ao denominado
Parque das Baleias e, de acordo com a Petrobras, começou produzindo 13 mil
barris de petróleo leve por dia, chegando à produção de 20 mil barris por dia em
2010. Para isso, a empresa utilizará novas soluções tecnológicas que permitem a
melhoria da eficiência operacional, o que representa um novo passo no
desenvolvimento dos reservatórios do pré-sal.
A previsão da Petrobras é
que, até o final de 2010, a plataforma esteja interligada a seis poços
produtores e três injetores, alcançando seu pico de produção com um volume de
100 mil barris de óleo por dia e 1,35 milhões de metros cúbicos de gás natural.
Royalties
A indústria de petróleo no
Espírito Santo possibilita o pagamento de royalties relativos à exploração de
petróleo e gás natural aos municípios nos quais estão localizados os campos
produtores e as instalações das empresas. As cidades capixabas são beneficiadas
via impostos e pelo recebimento de royalties, que são uma compensação financeira
exigida dos concessionários da exploração e produção de petróleo e gás natural.
Além delas, os recursos são creditados ao governo do Estado, proprietários de
terras, Ministério da Marinha e Ministério da Ciência e Tecnologia.
Os
valores devem ser aplicados na viabilização de projetos e de programas
destinados a fomentar o desenvolvimento sócio-econômico do Estado, com vistas ao
desenvolvimento sustentável, inclusive após o ciclo do petróleo. Para beneficiar
os 68 municípios capixabas que não recebem royalties petrolíferos, o Governo do
Estado criou o Fundo para Redução das Desigualdades Regionais, o primeiro
projeto desta natureza aprovado no País. Os recursos são provenientes do repasse
de 30% dos royalties creditados no cofre público estadual.
Em vigor
desde junho de 2006, a distribuição do dinheiro do Fundo leva em consideração a
população, o percentual de repasses do ICMS e a condição de não ser grande
recebedor de royalties. Os municípios que têm participação acima de 10% no ICMS
e mais de 2% dos royalties não têm acesso aos recursos.
Vale destacar
que os recursos só podem ser gastos em saneamento básico, destinação final de
resíduos sólidos, universalização do Ensino Fundamental e atendimento à educação
infantil, atendimento à saúde, construção de habitação para população de baixa
renda, drenagem e pavimentação da vias urbanas e construção de centros
integrados de assistência social.
Linha do Tempo das
Atividades Petrolíferas no ES
1957 - São
realizadas as primeiras ações da Petrobras em terras capixabas, com a chegada da
primeira equipe gravimétrica.
1959 - Inicia-se a
perfuração do primeiro poço em Conceição da Barra.
1961
- Técnicos da Petrobras chegam à conclusão de que existe a oportunidade
de descoberta de petróleo na região norte do Espírito Santo.
1967 - Primeira ocorrência de petróleo no Estado, no
município de São Mateus.
1968 - O primeiro poço
perfurado na plataforma continental do Brasil foi na costa do município de São
Mateus. Não foi encontrado petróleo, mas os trabalhos serviram de base para
estudos futuros.
1969 - É descoberto o primeiro campo
que apresenta produção comercial, no município de São Mateus.
1971 - Perfuração do poço terrestre mais profundo, com
4.072 metros.
11978 -1 É descoberto petróleo no mar em
condições comerciais no campo de Cação. 1982 Descoberta do campo de Lagoa Parda
e incremento do número de poços no Campo de São Mateus.
1984 -
O Espírito Santo produz 24.984 barris de óleo por dia, um recorde que
perdurou até o ano de 2001.
1988 - Descoberta do campo
marítimo de Cangoá, o primeiro do mar capixaba com reserva comercial.
1996 - É descoberto o campo de Fazenda Alegre, que
apresenta o maior volume de óleo em terra do Estado.
1997 -
Descoberta do campo marítimo de Peroá, considerado de grande
importância por possuir a maior reserva de gás natural do Estado.
1999 - Enquanto no mar comemora-se a perfuração do
primeiro poço em águas profundas, a produção em terra entra em processo de
revitalização.
2001 - É descoberto o campo marítimo de
Jubarte, no sul do Estado. Transferência da sede administrativa para a capital
Vitória.
2002 - Início da produção em águas profundas
no campo de Jubarte e descoberta do Campo de Cachalote.
2003 -
Descoberta dos campos marítimos de Baleia Franca, Anã e Azul, na área
conhecida como Parque das Baleias, no litoral sul do Estado. Descoberta do campo
de Golfinho, que apresenta reserva de óleo leve em águas profundas.
2004 - Chegada da P-34 ao Porto de Vitória.
2005 - Descoberta do campo terrestre de Inhambu e do
campo marítimo de Canapu.
2006 - Inauguração de
empreendimentos da área de óleo (Estação de Fazenda Alegre e Terminal Norte
Capixaba) e de gás natural (Plataforma de Peroá e Unidade de Tratamento de Gás
de Cacimbas). Início da produção do campo de Golfinho, em maio, e do campo de
Jubarte, com a P-34, em dezembro. A produção atinge o recorde de 100 mil barris
em junho.
Declarada a comercialidade dos campos de Saíra, Seriema e Tabuiaiá
(em terra), Carapó, Camarupim, Mangangá, Pirambu, Caxaréu e Catuá, além do
aumento dos ring-fences dos campos de Golfinho, Canapu e Baleia Azul (no mar).
Março - Anunciada descoberta de óleo leve pré-sal no
campo de Caxaréu (poço 4-ESS-172-ES).
Abril - Iniciado
teste com o primeiro sistema de bombeio centrífugo submerso submarino (BCSS) em
furo alojador fora do poço no campo de Jubarte, uma das inovações tecnológicas
da P-34.
Maio - Iniciadas as obras de construção da
Sede de Unidades da Petrobras em Vitória. Anunciada descoberta de gás durante a
perfuração do poço 6-ESS-168, no bloco BM-ES-5, ao norte do campo de Camarupim,
confirmando o potencial do Estado para a produção de gás natural.
Junho - P-34 atinge sua capacidade de processamento (60
mil barris) com a entrada do sistema de elevação artificial com gás (gas lift),
levando a produção do Espírito Santo para o recorde de 141.753 barris em 15/5.
Gás
Natural
Com a descoberta de novos campos
petrolíferos, com gás associado, a produção capixaba passará de 1,3 milhão para
18 milhões de metros cúbicos, em 2008, e atingirá a marca de 20 milhões de
metros cúbicos por dia, em 2010. A BR Distribuidora é concessionária da rede de
gás natural do Espírito Santo e, nos últimos 14 anos, instalou 113 quilômetros
de rede para fornecer gás natural às residências, hospitais, postos de
combustíveis, indústrias e outras instalações na Região Metropolitana de
Vitória.
Entre os anos de 2004 e 2009, a rede de gasodutos que abastece
a Região Metropolitana de Vitória passou de 64,12 quilômetros para 127,97
quilômetros. Já o número de clientes foi multiplicado por cinco. Além do
atendimento ao maior número de consumidores localizados próximos à rede
existente na Grande Vitória, a concessionária iniciou, em maio de 2010, o
fornecimento de gás natural à Samarco, em substituição ao óleo combustível da 3ª
Planta de Pelotização e inaugurou, em agosto de 2010, um ramal com 60
quilômetros de extensão que leva o gás até o município de Cachoeiro de
Itapemirim.
Gasodutos
Com o intuito de elevar a oferta de gás natural no País, a Petrobras iniciou
o projeto do Gasoduto Sudeste Nordeste (Gasene), de 1,4 mil quilômetros de
extensão e capacidade de transporte de 20 milhões de metros cúbicos diários de
gás natural. O investimento está incluso no Plano de Antecipação da Produção de
Gàs (Plangás).
No Espírito Santo, o Gasene passará por 17 municípios, de
Presidente Kennedy, no Sul, até Pedro Canário, no Norte do Estado. O projeto
ligará Cabiúnas (Rio de Janeiro) a Catu (Bahia), sendo dividido em trechos
diferentes: Cabiúnas-Vitória, com 300 quilômetros de extensão; Vitória-Cacimbas
(Linhares), com 131 quilômetros; e Cacimbas-Catu, com 940 quilômetros.
Dos três trechos, o Vitória-Cacimbas liga o terminal instalado no
município da Serra, na Região Metropolitana da Grande Vitória, até a Unidade de
Tratamento de Gás Natural de Cacimbas, situada em Linhares, passando pelas
cidades de Fundão e Aracruz. Já o trecho Cabiúnas-Vitória, em território
fluminense, passa pelos municípios de Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos dos
Goytacazes e São Francisco de Itapaboana. Já no Espírito Santo, as cidades são
Presidente Kennedy, Itapemirim, Piúma, Anchieta, Guarapari, Vila Velha, Viana,
Cariacica e Serra. O último e maior trecho, com 900 quilômetros de extensão,
liga o terminal de Cacimbas a Catu. O duto atravessa cinco municípios do Norte
Capixaba: Linhares, São Mateus, Conceição da Barra, Pinheiros e Pedro Canário.
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