 As 
ruínas do Rio Salinas ficam na cidade histórica de Anchieta, litoral sul do 
Espírito Santo. Conta-se na região que o local provavelmente abrigou uma salina 
clandestina.
As 
ruínas do Rio Salinas ficam na cidade histórica de Anchieta, litoral sul do 
Espírito Santo. Conta-se na região que o local provavelmente abrigou uma salina 
clandestina.
Para 
chegar às ruínas, é preciso seguir de barco pelo Rio Benevente, em um passeio de 
cerca de 40 minutos pelo manguezal. No caminho, o espetáculo é das garças, que 
fazem ninhos em ilhotas espalhadas pelo rio.
Ruínas 
sem origem definida
Passear 
pelo rio Benevente e conhecer as ruínas jesuítas de uma provável salina 
construída possivelmente no século XVI - descobertas recentemente – é uma boa 
opção de lazer e contato com a natureza. O percurso dura em média 40 minutos. 
Não existe ainda nenhum serviço especializado e regular para se fazer o passeio, 
mas há a possibilidade de se alugar barcos de pescadores.
Subindo 
o Benevente, o visitante terá contato com o manguezal, ilhas fluviais e canais, 
com rica fauna e flora. Bandos de garças fazem coreografias aéreas, geralmente 
no final da tarde. Em outros horários é comum a presença desses pássaros, que 
pousam nas vegetações ou nas ilhas. Durante o trajeto socós e marrecos divertem 
os turistas. Há abundância também de caranguejos que saem de suas tocas para 
passear no mangue.
Papagaios
A 
Ilha do Papagaio é outra atração, já que é o único local que ainda abriga a 
nidificação de papagaios de penas verde e vermelha, que se tornaram símbolo da 
Anchieta. Eles representam a fidelidade, justamente porque preservam hábitos 
monogâmicos, informam alguns moradores da cidade.
Do 
Benevente o barco segue um dos braços desse rio: o Salinas. Em sua margem 
direita foi construído um pequeno ancoradouro, que permite o desembarque dos 
visitantes. Dali é preciso caminhar um pouco mais de 100 metros para encontrar 
as ruínas. Não há dados muito concretos sobre as suas origens. No entanto, 
hipóteses não faltam.
Uma 
das versões é que havia uma fazenda, onde se explorava sal. As ruínas podem ter 
abrigado a sede dessa propriedade. Supõe-se que a salina era clandestina, já que 
a exploração de sal era monopólio exclusivo da coroa portuguesa.
As 
ruínas podem ser também a terceira aldeia dos jesuítas – a de São Cristóvão – 
que desapareceu e que foi citada por Hélio Abranches Viotti em Anchieta – O 
Apóstolo do Brasil. Entre 1578 e 1588 os religiosos fundaram as aldeias de 
Reriritiba ou Reis Magos e Aldeia Nova da Conceição de Guarapari. Em 1589 o 
Catálogo dos Jesuítas assinalava a terceira aldeia, que poderia ter abrigado as 
atuais ruínas.
O 
que se tem certeza é que o rio sempre teve esse nome. Há também versões de que 
ruínas podem ter sido a primeira igreja construída pelos jesuítas no litoral sul 
do Espírito Santo, que ficava no centro de uma aldeia chamada São Pedro. Pelo 
sim, pelo não, as 32 colunas estão lá, bem no meio de um bosque de eucaliptos. A 
prefeitura enviou arqueólogos para pesquisar a área, mas ainda não se divulgou o 
resultado dos trabalhos.
Há 
algumas informações fragmentadas sobre o rio Salinas. José Marcelino Pereira de 
Vasconcelos em seu Ensaio sobre A História e Estatística da Província do 
Espírito Santo, publicado em 1858, afirmou que “no município de Benevente existe 
um rio denominado Salinas, braço do rio Benevente, em que se formam depósitos 
salinos de grande extensão, de que se servem os moradores circunvizinhos para 
uso doméstico. Conviria talvez explora-lo”.
César Augusto Marques, no Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico da Província do Espírito Santo, em 1878, publicado pela Typographia Nacional, registrou que o rio Salinas, “encontram-se depósitos de sal de que se servem os vizinhos para uso doméstico”.
César Augusto Marques, no Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico da Província do Espírito Santo, em 1878, publicado pela Typographia Nacional, registrou que o rio Salinas, “encontram-se depósitos de sal de que se servem os vizinhos para uso doméstico”.
Fonte: 
A gazeta 26 de setembro de 1994
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário